O jornal britânico The Sun, publicou uma entrevista com Avril Lavigne na semana passada feita quando ela passava por Londres no início do mês.
Na entrevista Avril fala sobre fama, dos planejamentos do casamento e a volta aos estúdios. Você pode conferir a tradução abaixo.
Avril Lavigne está na cena musical por uma década. A cantora faz parte da invasão, nos anos 2000, de estrelas americanas como Britney Spears, Christina Aguilera… e o elenco de Dawson’s Creek. Embora vários tenham caído no meio do caminho, Avril – que já vendeu mais de 30 milhões de álbuns ao redor do mundo – está de volta com seu 5º álbum de estúdio.
Ela originou um exército de meninas “skatistas” que se vestiam como ela, algumas ainda podem ser vistas, em qualquer sábado, andando pelo famoso Mercado Camden, em Londres. E nós conversamos com a “skater girl” original para ver como ela está.
Com tanta coisa para fazer com seu novo álbum, como você está conciliando isso com os planejamentos para o seu casamento com o Chad Kroeger, do Nickelback?
AL: Eu já estava planejando o casamento. São apenas mais reuniões que o normal, mais e-mails, mais ligações. Mas tem sido bom. Eu disse a mim mesma que era muita coisa para fazer, mas aconteça o que acontecer, eu vou deixar rolar e aproveitar tudo. Então, é o que eu estou tentando fazer.
Ambos, você e Chad, vêm de uma época diferente do show business. Há 10 anos, quando ser celebridade era bem diferente. Como você se sente em relação a essa mudança?
AL: As celebridades aumentaram e há muito mais disso por aí. Há mais artistas lançando mais singles. As pessoas estão realmente assistindo as coisas na TV e comprando as revistas. Eu não sei como eu me sinto em relação a isso, é parte da nossa cultura agora. Eu acho que há mais paparazzi agora, mas eu me preservo. Guardo para mim mesma.
Qual é uma das coisas que você mais tem notado?
AL: Os celulares com câmeras. Na primeira vez que estive na Coreia ou no Japão, quando fui lá com meu 2º álbum, fomos alertados sobre as câmeras de celulares. Eles disseram: “Se você ver pessoas na plateia com os celulares levantados, aquelas são as câmeras deles, só para você saber”. Porque nós não tínhamos isso nos Estados Unidos, era uma grande coisa. Nos disseram para que não estranhássemos, porque eles estavam apenas tirando fotos. Por isso estariam todos com seus celulares no ar. O quão estranho é isso? Todos nós já passamos por essa experiência de não ter câmeras em nossos celulares, e agora todo mundo tira fotos com eles todos os dias.
Muitas pessoas da sua época saíram dos trilhos por causa desse mundo das celebridades. Como você conseguiu se manter livre disso?
AL: Eu tenho trabalhado muito duro desde que eu assinei meu contrato com a gravadora – foi sem parar.
Esse é o meu 5º álbum e eu já fiz turnês com todos os outros álbuns. As turnês são muito cansativas e tomam cerca de 1 ou 2 anos da sua vida. Mas eu gosto disso. Cresci em uma cidade muito pequena, trabalhei muito para isso e consegui. Não é algo que eu consegui do nada.
Eu acho que você tem que ter cuidado, porque quando você é “a estrela”, tudo é você, você e você. E eu sempre tentei separar as coisas. Quando eu estou no palco e vou me apresentar, é uma coisa, é um lado da minha cabeça. E quando eu estou de folga, é outro lado da minha cabeça. Por isso eu deixei de morar em Los Angeles, porque eu vivi lá por 10 anos e quando eu voltava pra casa depois das turnês e fazia coisas normais como ir às compras ou qualquer coisa, eu não conseguia deixar aquele meu lado de celebridade para lá. E senti que não seria bom para mim se eu continuasse assim por mais tempo. Agora eu me mudei, estou realmente em casa e tudo isso é desligado.
Quando me mudei para a França por 4 meses no ano passado, eu senti como se eu tivesse esquecido que eu era uma cantora. Eu estava tão em contato comigo mesma que eu percebi que LA era grande demais e que não era bom continuar morando lá. E isso é bom porque eu era jovem e queria ir em boates, ser uma estrela do rock. Mas agora eu tenho 28 anos e estou em um momento diferente.
Sua música deve estar em um momento diferente agora, já que você cresceu…
AL: Liricamente, eu falo mais sobre outras coisas em vez de brigas com garotos e finais de relacionamentos. Normalmente, no passado, eu era levada naturalmente a falar sobre garotos e amor. E é sobre isso que a maioria das pessoas escreve. Se apaixonar, ter o coração machucado ou festejar. Estes são os principais temas. Então, eu me forcei a falar sobre outras coisas.
Assim como você se adaptou, a cena musical também mudou nesse tempo?
AL: Mudou muito – as rádios eram mais rítmicas e urbanas. Eu vim com um som mais pop rock, e tive que encontrar uma maneira de me encaixar nisso de alguma forma. Hoje as músicas são mais para as pistas de dança, mais modernas. Às vezes, você tem que ter cuidado com esse tipo de música, porque isso não dura muito tempo e eu sempre tento fazer com que minhas músicas tenham algum significado.
É preciso ter cuidado com grandes mudanças, porque as pessoas se apaixonam por você e querem que você continue daquele jeito. Se você fizer o mesmo som que estão fazendo naquele momento, então você vai soar como todo mundo. Pessoas que seguem tendências e jogam todos os outros sons fora vão acabar soando da mesma maneira.
Quão diferente é, para você, voltar para esse ambiente que mudou tanto e lançar seu novo álbum?
AL: Isso é bom, porque meu álbum está sendo lançado no mundo todo, o que é muito bom para mim. Nós nos divertimos muito fazendo isso. O álbum é diversificado, tem um monte de músicas cheias de significado e muito profundas. Há baladas. Há músicas mais animadas e há uma música mais pesada, com mais guitarras.
E como foi voltar para o estúdio?
AL: Foi muito trabalho e muitas horas, 12, 14 ou 16 horas por dia, por isso ficamos praticamente morando no estúdio. Nós trabalhávamos no estúdio o dia todo até umas 3, 4 da manhã. Às vezes, eu saia de lá às 7 da manhã. Mas muitos músicos trabalham à noite, ficam acordados até tarde e é quando eles conseguem criar.
Então, eu apenas voltava para o meu quarto de hotel, comia e caía no sono. Mesmo estando em LA por tanto tempo, eu não conseguia encontrar ninguém para ir jantar, ir às compras ou qualquer outra coisa. Não conseguia responder e-mails, eu realmente não falava com as pessoas no telefone e meus amigos ficavam, tipo: “por que você não que sair?”.
Qual é um dos maiores equívocos sobre você?
AL: Que eu sou uma garota louca. Para mim, agora eu falo mais do que eu costumava falar antigamente, porque eu estou mais velha e mais confortável comigo mesma. Mas quando eu era adolescente, todas as minhas respostas eram resumidas em uma palavra: sim ou não.
As pessoas esperam que eu seja mais extrovertida e louca, porque é assim que eu apareço nos meus clipes – pulando e cantando. Mas, na verdade, eu sou mais madura e quieta. Quando a música começa, eu faço aquilo para a multidão. É parte de ser uma performer, para garantir que todos que tiraram um tempo para ir ao seu show tenham o máximo de diversão.”
créditos: Avril Bandaids Brasil.