Avril Lavigne foi tema do site Metro, na seção Entretenimento, onde falaram de seu novo CD. A matéria, entitulada “Avril Lavigne fala sobre Chad Kroeger, palavrões e seu novo álbum” foi publicada no dia 27 de novembro (quarta-feira) e segue aqui, traduzida, na íntegra:
Na capa de seu novo CD, Avril Lavigne parece toda crescida, com uma expressão sóbria e maquiagem escura. Mas a primeira coisa que ela canta no álbum é “I don’t care about my makeup” (“Eu não ligo para minha maquiagem”), logo, é bom se lembrar do ditado de não se julgar um livro pela capa. Dentro de “Avril Lavigne” há uma série de hinos pop animados que, como ela mesma diz, não estão nem perto da Avril Lavigne verdadeira. Pode até não ser sofisticado, mas o álbum parece uma fricção entre o impulso de tentar se manter jovem e o de envelhecer. Em uma entrevista, Avril Lavigne é tão confortável e firme quanto suas canções pregam.
M: A sensação que este álbum me passa é definitivamente a de verão. Não parece muito com novembro (outono no hemisfério norte) lançar faixas como “Bitchin’ Summer” e “Sippin’ on Sunshine”.
L: É engraçado, pois eu me perguntei se ele se tornara um álbum de verão. Nós o escrevemos no verão e eu disse que queria uma faixa pro verão… Você sabe, dirigindo, se sentindo bem… Por uma semana, eu escrevi músicas assim. Mas só “Bitchin’ Summer” e “Sippin’ on Sunshine” entraram no álbum. E “Rock N Roll” também tem uma vibe de verão. O álbum deveria ter saído antes… Mas eles mudaram a data três vezes, porra!
M: Você parece dividida entre “Here’s to never growing up” (“Um brinde a nunca envelhecer) e envelhecer de verdade…
L: Não é algo muito profundo, musicalmente falando. Eu gosto de estar no palco. Eu gosto de escrever música pop. E é o que todos querem ouvir de mim e quando todos ficam super empolgados. Jogando as mãos para o alto e tal. Mas eu tenho lados diferentes. Eu gosto de me sentar no piano e contar uma história profunda e escrever uma balada emotiva. Eu também gosto de rock, e por isso também tenho “Bad Girl” e “Hello Kitty”, que é mais eletrônica e grunge. Então esse álbum é muito diverso e eu queria escrever sobre todos os tipos de estilos e humores que tenho. Não é sobre mim pessoalmente, mas sobre o estilo de música que escrevo. É claro que vem de mim. Eu escrevo cada canção e é claro que estou mais velha agora… É meu quinto álbum. Mas há um pedaço meu que gosta de quebrar as coisas. Eu gosto de me divertir e aproveitar ao máximo. E “Here’s to never growing up” é uma canção sobre estado de espírito, vida, atitude e como você encara a vida, não importa a sua idade…
Há muitas canções sobre encher a cara neste álbum. Esse é o tipo de coisa que não ouvimos muito no rádio…
[Risos]
Você vê pessoas que não conseguem mandar suas músicas pro rádio por causa do conteúdo?
Há a versão censurada e a versão explícita. É algo que sempre penso, mas no fim, acabo tendo a oportunidade de lançar duas versões…
Você precisa gravar as vozes de novo em uma sessão especial para acertar as partes censuradas? Digo, você grava a música inteira explícita e depois volta ao estúdio em outro momento para gravar o “motherfreaking”?
Sim, às vezes nós fazemos tudo no fim. Mas às vezes sabemos que teremos que regravar enquanto trabalhamos na música…
Eu me lembro quando Radiohead gravou “Creep”. Teve uma versão na qual Thom Yorke teve que regravar o “you’re so fucking special” e ele diz “very” em uma voz totalmente diferente…
Ah! Agora eu entendi o que você está falando! Eu não tinha entendido. Pensei que estivesse falando sobre edição. Então, as rádios não tocam palavrões, logo, se você quer se expressar, vá em frente, mas saiba que terá que gravar uma versão censurada. Às vezes quando canto na TV em alguns países, também não tenho permissão para cantar os palavrões. Mas não é um grande problema…
Você trabalhou em parceria com seu marido, Chad Kroeger, neste álbum. Eu ouvi dizer que é uma fotografia do desenvolvimento da sua relação com ele. Em qual momento da criação vocês perceberam que havia algo a mais? E quando foi que se apaixonaram?
Então, nos trabalhamos no álbum enquanto ele estava em turnê. Daí ele viajou e depois retomamos contato. Trabalhamos em fases. Quando eu terminei minha turnê, eu me mudei para a França, sozinha. Ele veio me visitar e foi a primeira vez que ficamos juntos sem ser a trabalho…
Então o álbum já estava pronto?
Não, continuamos trabalhando nele depois.
Alguma música foi escrita sobre o relacionamento de vocês?
Nós temos um dueto neste álbum que foi a primeira coisa que gravamos. E também trabalhamos em uma faixa chamada “If I Said That I Loved You” (“Se eu te dissesse que te amo”) que é um dueto. Ela não foi divulgada, mas a tocamos em nosso casamento. Foi nossa primeira dança.
O que mais vocês tocaram no casamento?
Eu chamei uma banda para tocar jazz, pois é o que eu realmente gosto. Muito Frank Sinatra, Billie Holiday, e então um DJ para tocar música animada para as pessoas dançarem.
O DJ tocou alguma música sua ou do Nickelback?
Não.
Foi estritamente proibido?
Não. Simplesmente não tocamos. Eu quis fazer algo à parte… Como as coisas que acontecem em Vegas… Foi divertido.
O que você faz quando está em um lugar e começa a tocar uma de suas músicas? Você as dubla?
No passado, eu e minhas amigas ficávamos animadas e saímos pulando, sabe…
Analisando os créditos do seu álbum, uma das poucas músicas que Chad não escreveu foi sobre um outro cara. Vocês tem ciúmes quando um canta músicas sobre antigos amores?
Então, eu escrevi “17” porque dezessete foi um ano especial para mim. Eu sempre me vejo falando daquele ano. Quando eu me sentei com Martin Johnson [produtor e co-autor], ele tinha tido experiências parecidas na mesma idade. Então decidimos escrever uma música sobre ter dezessete anos.
Sua música “Bad Girl”, com Marilyn Manson, é um grande hino e é interessante notar que desde que você surgiu com sua atitude de menina má, várias outras cantoras surgiram com uma atitude parecida para dominar o mundo da música. Você acha que teve influência sobre elas?
Eu acho que quando alguém surge com impacto, e foi o que aconteceu comigo, pois quando eu surgi, Britney e Christina estavam tocando um estilo de pop, muito chiclete, com microfone de arquinho na cabeça… E quando eu surgi, eu era uma menina com uma guitarra, escrevendo letras e músicas diferentes… E acho que essas influências acontecem. Não vou sentar aqui e dizer que fui eu, mas que isso acontece, acontece. Cada cantora mulher que é original está ajudando outras cantoras mulheres também. Então quando alguém me pergunta sobre as outras cantoras, eu acho que estamos nos ajudando o tempo todo. Eu acho ótimo quando mulheres podem sair por aí, falando o que pensam e tocando guitarra.
Leia a entrevista original AQUI.