Na noite do dia 10 de fevereiro, o tão esperado vídeo de Avril Lavigne, Give You What You Like, foi disponibilizado no Youtube, se propulsionando como o quinto single (quarto no ocidente) do álbum epônimo lançado em 2013. O vídeo da faixa tão amada pelos fãs trouxe opiniões controversas: metade das pessoas parecem satisfeitas com sua simplicidade e felizes de verem Avril novamente após um período tão longo longe da mídia, enquanto a outra metade se mostra desapontada por pensar que a faixa merecia mais.

Vamos então, como de costume, aos prós e os contras:

Porque assistir Give You What You Like

A simplicidade

As cenas de Avril são simples. Pode parecer um motivo para se criticar, mas é exatamente este o ponto da canção. Não ter guitarras, não ter baterias exageradas… É como se expor e ser sincero. Para os fãs de Avril Lavigne que entendem sua duplicidade (que de um lado ela pode ser Girlfriend e do outro I’m With You), velas, chão de madeira e roupa preta fazem total sentido.

A faixa, também simples, teria passado batida se tivesse feito parte de Goodbye Lullaby, mas ganha seu destaque exatamente por se distanciar tanto do propósito de Avril Lavigne (2013). Give You What You Like cumpre a missão do álbum anterior melhor do que o próprio.

Avril mantém seu trabalho em família

Confesso que quando o trailer do vídeo foi lançado, supus que a pessoa no fundo da cena, tocando violão, fosse o marido de Avril, o vocalista da banda Nickelback, Chad Kroeger. A surpresa veio quando a câmera deu o primeiro close no rosto do violonista que era, na verdade, Matt Lavigne, o irmão de Avril. Isso mantém a tradição de Avril de manter seu irmão por perto. Afinal, ele também aparece nos clipes de  Complicated, Girlfriend, The Best Damn Thing e What The Hell.

(Vale a pena confessar que deve ser estranho gravar um clipe sobre uma noite de sexo, na qual você dorme com um cara simplesmente atrás de prazer, com seu irmão tocando violão do seu lado… Mas vai entender…)

Mais uma batalha ganha para Avril

Sabemos que Avril Lavigne deixou a RCA há alguns anos por disputas de criatividade. Tudo começou durante a produção de Goodbye Lullaby quando ela lutou ferrenhamente para um álbum nas trilhas de Alanis Morrisette (do qual o primeiro single seria Push) mas foi forçada a gravar e lançar What The Hell. Cá temos o mesmo problema novamente. Avril Lavigne sempre se declarou abertamente a favor de Give You What You Like como single. Ela inseriu a canção na lista da turnê e nunca a deixou de lado. Quando a divulgação do álbum terminou, ela prometeu um vídeo, mesmo independente, para os fãs. E aqui está ele. Assim como Goodbye, GYWYL é feito, não para a mídia, mas para os Little Black Stars.

Porque Give You What You Like deixou a desejar

O vídeo parece um trailer do filme

É fato de que não devemos ser muito críticos quanto ao fato de que o vídeo tem, em grande parte (quase 80%), cenas do filme. Precisamos levar em conta que: 1) se não fosse pelo filme, talvez Give You What You Like não tivesse conquistado seu status de single, pois a campanha de divulgação do álbum estava praticamente acabada com o fim de The Avril Lavigne Tour no ano passado. 2) ainda não sabemos qual é a doença que Avril declarou estar vivenciando, assim é impossível saber o nível de sua indisposição. (Também no quesito doenças… Acredito que todos tenham notado que, com menos maquiagem, as olheiras de Avril ficaram um pouco evidenciadas…)

Vale também ressaltar que existe uma chance de que uma versão apenas com Avril seja lançada no futuro. Embora não tenhamos informação alguma sobre isso, não seria a primeira vez que isso acontece. Outros exemplos são os vídeos alternativos de Nobody’s Home (com cores), Alice (sem as cenas do filme) e What The Hell (sem todas as propagandas da Sony e Abbey Dawn).

Não dá para não comentar

É para apagar ou acender as luzes?

Um momento sutil que não deve deixar de ser notado é uma cena que trouxe um alívio para mim, como fã. Confesso que sempre confundi os “turn off the lights” com “turn on the lights” e vice-versa. Aparentemente, Avril Lavigne também. Se você colocar o vídeo em 2:16, você verá que ela canta “turn off” enquanto a música fala “turn on”. Impossível não dar uma risadinha.

Os vídeos de Goodbye e Give You What You Like foram trocados?

Uma história de baixa autoestima, dormir com uma pessoa que não te ama apenas para se sentir querido, arrependimentos de manhã seguinte… Esse conceito não se assemelha muito mais ao vídeo de Goodbye? Embora eu dê minhas boas vindas a GYWYL, não dá para não imaginar que aquela dama de companhia (vamos evitar a palavra prostituta) que é deixada no hotel se sentiria muito mais conectada com o novo single… Não mesmo…

Fica a reflexão:

O novo lugar de Avril seria o indie?

As cantoras se venderam ao pop: embora longe dos Grammys, Katy Perry chegou ao primeiro lugar com sua Roar (espera! Não seria “Brave” de Sara Bareilles?), Lady Gaga desapareceu do mundo da música depois de seu ArtPop, mas ainda é tida como rainha por muitos, Rihanna lança tantos singles que já perdemos a conta, e é incontestável que a mudança de Taylor Swift para o pop foi um quase um golpe de estado. 1989 é o maior álbum de 2014, senão um dos melhores da década.

E qual seria o lugar de Avril Lavigne? Ela abandonou há anos a imagem de roqueira, skatista, que era só sua e embarcou no mundo pop em uma aventura singular chamada Girlfriend, que é seu maior hit até o momento. Contudo, o mundo pop muda tão rapidamente que lamento dizer que pouco a pouco, Avril vai ficando para trás. Aqueles quatro anos entre The Best Damn Thing e Goodbye Lullaby não voltarão e talvez o melhor seja abraçar o novo.

Aqui temos Give You What You Like, que traz um vocal que apenas Avril Lavigne é capaz de levantar com perfeição. Em minha outra resenha, que você pode ler AQUI, levantei que Give You What You Like deveria ter sido um single do álbum desde o começo. Confesso que esperava que ele tivesse sido selecionado antes (ao invés de Let Me Go) pois talvez assim o álbum tivesse emplacado, e agora levanto outra sugestão: que Avril Lavigne se entregue ao indie. Seus fãs aprovaram Give You What You Like como nenhuma outra faixa foi aprovada, é exatamente o que ela gosta de cantar e mostra a singularidade de seu vocal. Talvez, o futuro seja mais favorável se o próximo álbum de Lavigne migrar para o indie ou o folk. Seria um choque que nem mesmo a Billboard ou Perez Hilton poderiam prever.

O vídeo de Give You What You Like você confere aqui: